Friday, August 28, 2009
Thursday, August 27, 2009
Última carta de Vincent a Theo
Nunca me preocupei em reproduzir exactamente
aquilo que vejo e observo
a cor serve para me exprimir théo: amarelo
terra azul corvo lilás sol branco pomar vermelho
arles
sulfurosas cores cintilanddo sob o mistério
das estrelas na profunda noite afundadas onde
me alimento de café absinto tabaco visões e
um pedaço de pão théo
que o padeiro teve a bondade de fiar
o mistral sopra mesmo quando não sopra
os pomares estão em flor
o mistral torna-se róseo nas copas das ameixeiras
arles continuou a arder quando tentei matar aquele
que viu a minha paleta tornar-se límpida
mas acabei por desferir um golpe contra mim mesmo
théo
cortei-me uma orelha e o mistral sopra agora
só de um lado do meu corpo os pomares estão em flor
e arles théo continua a arder sob a orelha cortada
por fim théo
em auvers voltei a cara para o sol
apontando o revólver ao peito senti o corpo
como um torrão de lama em fogo regressar ao início
num movimento de incendiado girassol
Nunca me preocupei em reproduzir exactamente
aquilo que vejo e observo
a cor serve para me exprimir théo: amarelo
terra azul corvo lilás sol branco pomar vermelho
arles
sulfurosas cores cintilanddo sob o mistério
das estrelas na profunda noite afundadas onde
me alimento de café absinto tabaco visões e
um pedaço de pão théo
que o padeiro teve a bondade de fiar
o mistral sopra mesmo quando não sopra
os pomares estão em flor
o mistral torna-se róseo nas copas das ameixeiras
arles continuou a arder quando tentei matar aquele
que viu a minha paleta tornar-se límpida
mas acabei por desferir um golpe contra mim mesmo
théo
cortei-me uma orelha e o mistral sopra agora
só de um lado do meu corpo os pomares estão em flor
e arles théo continua a arder sob a orelha cortada
por fim théo
em auvers voltei a cara para o sol
apontando o revólver ao peito senti o corpo
como um torrão de lama em fogo regressar ao início
num movimento de incendiado girassol
Wednesday, August 26, 2009
Quando em teu colo deitei a cabeça, meu camarada,
a confissão que fiz eu reafirmo,
o que eu te disse e a céu aberto
eu reafirmo: sei bem que sou inquieto
e deixo os outros também assim,
eu sei que minhas palavras são armas
carregadas de perigo e de morte,
pois eu enfrento a paz e a segurança
e as leis mais enraizadas
para as desenraizar,
e por me haverem todos rejeitado
mais resoluto sou
do que jamais poderia chegar a ser
se todos me aceitassem,
eu não respeito e nunca respeitei
experiência, conveniência,
nem maiorias, nem o ridículo,
e a ameaça do que chamam de inferno
para mim nada é, ou muito pouco,
meu camarada querido: eu confesso
que o incitei a ir em frente comigo
e que ainda o incito sem a mínima idéia
de qual venha a ser o nosso destino
ou se vamos sair vitoriosos
ou totalmente sufocados e vencidos.
Walt Whitman (1819-1892)
a confissão que fiz eu reafirmo,
o que eu te disse e a céu aberto
eu reafirmo: sei bem que sou inquieto
e deixo os outros também assim,
eu sei que minhas palavras são armas
carregadas de perigo e de morte,
pois eu enfrento a paz e a segurança
e as leis mais enraizadas
para as desenraizar,
e por me haverem todos rejeitado
mais resoluto sou
do que jamais poderia chegar a ser
se todos me aceitassem,
eu não respeito e nunca respeitei
experiência, conveniência,
nem maiorias, nem o ridículo,
e a ameaça do que chamam de inferno
para mim nada é, ou muito pouco,
meu camarada querido: eu confesso
que o incitei a ir em frente comigo
e que ainda o incito sem a mínima idéia
de qual venha a ser o nosso destino
ou se vamos sair vitoriosos
ou totalmente sufocados e vencidos.
Walt Whitman (1819-1892)
Sunday, August 23, 2009
Wednesday, August 19, 2009
Galope
Monday, August 17, 2009
Friday, August 14, 2009
A Sombra imagem minha
que pra cá e pra lá
vai procurando um jeito de viver
através da conversa, da barganha
- quantas vezes eu dou por mim parado
a ver por onde ela passa
quantas vezes indago e ponho em dúvida
que aquilo seja realmente eu;
mas entre os meus amantes
e no cantarolar destas canções,
Ah, eu não duvido jamais
que aquilo seja realmente eu.
Walt whitman
que pra cá e pra lá
vai procurando um jeito de viver
através da conversa, da barganha
- quantas vezes eu dou por mim parado
a ver por onde ela passa
quantas vezes indago e ponho em dúvida
que aquilo seja realmente eu;
mas entre os meus amantes
e no cantarolar destas canções,
Ah, eu não duvido jamais
que aquilo seja realmente eu.
Walt whitman
Thursday, August 13, 2009
Wednesday, August 12, 2009
Todo momento decisivo é sozinho
Todo gole, toda exibição, toda falta de carinho.
Arruma a cara e desata… numa arrancada
Arrancada de falta de atenção
De pedir tapa, soco… malediscência
Mesmo em Guia baixa, mesmo em desobediência
Cuidado, distrato e direção…
Seria muito pedir tua mão?
Entre tantas outras veias, outra picada
Já disseram que estou de improviso
Retrato retratando retratante
Perdido entre tantas amantes
Desconheço o paraíso, joguei as chaves fora.
Apaguei a luz… Apaguei-me antes de ir embora
Embolado no cheiro do talco, daqueles bem baratos do centro
Tristeza, safadeza, bebedeira, pirambeira, cabeceira….e tchau.
Todo gole, toda exibição, toda falta de carinho.
Arruma a cara e desata… numa arrancada
Arrancada de falta de atenção
De pedir tapa, soco… malediscência
Mesmo em Guia baixa, mesmo em desobediência
Cuidado, distrato e direção…
Seria muito pedir tua mão?
Entre tantas outras veias, outra picada
Já disseram que estou de improviso
Retrato retratando retratante
Perdido entre tantas amantes
Desconheço o paraíso, joguei as chaves fora.
Apaguei a luz… Apaguei-me antes de ir embora
Embolado no cheiro do talco, daqueles bem baratos do centro
Tristeza, safadeza, bebedeira, pirambeira, cabeceira….e tchau.
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